Investigação de corrupção envolve contrato milionário na COP30
Empresa investigada por corrupção mantém contrato de R$ 123 mi com a COP30

Enquanto as investigações sobre possíveis desvios em licitações da COP30 avançam, a J.A Construcons, empresa sob investigação da Procuradoria-Geral da República (PGR), mantém um contrato de R$ 123 milhões com o governo do Pará para obras relacionadas ao evento. O consórcio Canal Benguí, que inclui a J.A Construcons e a OCC Participações e Construções, venceu uma licitação em agosto de 2023 para a adequação de canais em Belém, com 87% dos trabalhos já concluídos. Essas obras fazem parte das intervenções da COP30 e contam com financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Suspeitas de corrupção na COP30
O contrato em questão foi assinado por Andrea Dantas, esposa do deputado federal Antônio Doido (MDB-PA), e pelo secretário de Obras Públicas do Pará, Ruy Cabral. Ambos são alvos de investigação da PGR em outro processo, relacionado a uma licitação de R$ 142 milhões, que foi cancelada após a prisão do policial militar Francisco Galhardo. Segundo as investigações, Galhardo teria sacado R$ 6 milhões no dia em que o consórcio venceu a licitação de R$ 142 milhões, e posteriormente teria se comunicado com Ruy Cabral. Há suspeitas de um esquema de corrupção envolvendo as empresas J.A Construcons e JAC Engenharia, servidores públicos e políticos no Pará.
Posicionamentos oficiais dos envolvidos
O governo do Pará afirmou em nota que as contratações seguiram todas as regras legais e que a documentação está disponível nos canais oficiais. Já a defesa do deputado Antônio Doido repudiou vazamentos de informações, esclarecendo que os fatos são baseados em especulações que já foram esclarecidas nos autos. O BNDES esclareceu que a gestão dos financiamentos das obras é responsabilidade do governo paraense, cabendo ao banco apenas o acompanhamento técnico e financeiro, sem ter recebido informações sobre irregularidades no projeto até o momento.