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Reforma do IR: debate sobre tributação de remessas ao exterior

Proposta de tributação de remessas gera polêmica entre empresas

Por Redação
Foto: Kayo Magalhães/Câmara dos Deputados O deputado Arthur Lira (PP-AL), relator da proposta de reforma do IR
O deputado Arthur Lira (PP-AL), relator da proposta de reforma do IR

Reforma do Imposto de Renda propõe mudanças polêmicas

A proposta de reforma do Imposto de Renda, apresentada pelo relator Arthur Lira (PP-AL), inclui a criação de uma tributação de 10% nas remessas de dividendos ao exterior, tanto para pessoas físicas quanto jurídicas. Essa medida tem gerado questionamentos e debates intensos.

Posicionamentos e debates sobre a tributação de remessas

A Associação Brasileira das Companhias Abertas (Abrasca), que representa cerca de 500 empresas listadas na B3, posicionou-se a favor do projeto de isenção do IR, porém discorda da tributação das remessas feitas por empresas. Para a entidade, a nova taxação deve se restringir às pessoas físicas.

Em um debate realizado em Brasília, o professor Joelson Sampaio, especialista em Finanças da FGV, alertou para a necessidade de cautela ao alterar a tributação de empresas. Ele ressaltou a importância de separar as questões relacionadas à tributação de pessoas físicas e jurídicas.

Impacto econômico e riscos da proposta

Joelson Sampaio destacou que a discussão sobre distorções tributárias no Brasil é relevante, mas enfatizou a complexidade de modificar a tributação das empresas. Ele ressaltou que alterações bruscas podem impactar negativamente a economia, afetando empregos, renda e o PIB do país.

O professor exemplificou com uma proposta de 1996, que resultou na isenção de Imposto de Renda sobre dividendos, trazendo benefícios para a economia brasileira. Ele alertou para o risco de uma tributação adicional afastar investidores estrangeiros, prejudicando a entrada de capital no país.

Mobilização e perspectivas futuras

A Abrasca e outras frentes parlamentares estão se mobilizando para propor emendas que excluam a tributação das empresas na reforma do IR. A intenção é promover um debate mais amplo e buscar alternativas que preservem os interesses econômicos do país.

Para o professor Sampaio, é fundamental separar os temas em discussão para evitar impactos negativos. A preocupação está em garantir que as mudanças propostas não comprometam os objetivos da política pública e a atração de investimentos para o Brasil.