Senadores requisitam informações sobre avião russo em Brasília
Senadores pressionam governo por esclarecimentos sobre avião cargueiro russo na capital

Senadores do Congresso Nacional estão em busca de respostas sobre a presença de um avião cargueiro russo em Brasília e levantam questionamentos sobre as ações do governo federal. Marcio Bittar, do União-AC, e Eduardo Girão, do Novo-CE, formalizaram pedidos de informações ao Ministério da Defesa e ao Itamaraty acerca da autorização, propósito da missão, carga transportada e identificação dos tripulantes da aeronave.
O Ilyushin Il-76TD, alvo de sanções dos Estados Unidos por suspeitas de transporte de armas para a Coreia do Norte e apoio a operações na Venezuela, permanece na Base Aérea da capital desde o último domingo, 10.
Além disso, os senadores buscam esclarecimentos sobre a conformidade com as normas internacionais de segurança na entrada da aeronave no Brasil, considerando possíveis sanções em vigor.
Contexto político e críticas à política externa
De acordo com Bittar, a chegada do cargueiro russo ocorreu após uma ligação entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente russo Vladimir Putin, em um momento em que os EUA impõem sanções ao Brasil devido a alegações de censura e perseguição política.
O senador declarou: “Essa tolerância não é neutralidade, é conivência. O Brasil não pode servir de palco para regimes que desrespeitam a liberdade e as normas internacionais. Essa aterrissagem inexplicada representa a perigosa ambiguidade da atual política externa.”
Bittar também criticou a condução da política externa nacional, caracterizando-a como uma “receita marxista” associada a crises em outros países da América Latina. Para ele, a soberania do país não deve ser negociada em acordos duvidosos.
Detalhes do voo, da aeronave e sigilo das autoridades
O avião russo, com registro ZR1705, saiu de Moscou, passou por escalas em Baku, Argel e Conacri antes de chegar ao Brasil, um dia após a comunicação entre Lula e Putin.
O trajeto, que não seguiu os protocolos de voos regulares, não foi comunicado à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), e a Aeronáutica mantém em sigilo os detalhes da missão, mantendo a aeronave isolada das demais na Base Aérea de Brasília.