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STF encerra acareação: Câmara nega acesso à 'minuta do golpe'

Em audiência no STF, Câmara nega ter conhecimento de documento mencionado.

Por Redação
Foto: Dida Sampaio/Estadão Conteúdo O tenente-coronel Mauro Cid e o presidente Jair Bolsonaro, durante um evento no Palácio do Planalto - 24/2/2021
O tenente-coronel Mauro Cid e o presidente Jair Bolsonaro, durante um evento no Palácio do Planalto - 24/2/2021

No desfecho da acareação no Supremo Tribunal Federal (STF), nesta quarta-feira, Mauro Cid e Marcelo Câmara, ajudantes de ordens do governo Bolsonaro, tiveram seus depoimentos finalizados. Antecipadamente, o Oeste já havia destacado os temas em pauta para essa sessão.

Em menos de uma hora de audiência, Câmara afirmou categoricamente não ter tido acesso ou conhecimento da tão mencionada “minuta do golpe”, supostamente entregue ao ex-presidente Jair Bolsonaro por Filipe Martins, na época assessor da Presidência para Assuntos Internacionais. Por sua vez, Cid esclareceu que nunca declarou que Câmara teve contato com o referido documento, ressaltando que houve uma interpretação equivocada, inclusive por parte da imprensa, afirmaram os advogados do delator.

Em relação ao suposto “monitoramento de autoridades” em 2022, ligado à Operação Punhal Verde e Amarelo, a defesa de Câmara esclareceu que se tratava de um método para ajustar agendas, e não para planejar atentados contra pessoas, incluindo nomes como Lula, Geraldo Alckmin e Alexandre de Moraes. Cid, por sua vez, afirmou que não teve conhecimento de qualquer envolvimento de Câmara no monitoramento realizado para essa operação específica.

Por fim, a defesa de Câmara solicitou a liberdade provisória do coronel, réu no “núcleo 2” da acusação feita pela Procuradoria-Geral da República (PGR), referente a uma suposta “ruptura institucional”.

Marcelo Câmara contesta depoimento de Cid

Segundo a PGR, com base em investigações da Polícia Federal e na delação de Cid, Câmara repassava informações confidenciais sobre deslocamentos e compromissos de Moraes ao delator. Além disso, o delator alegou que o coronel monitorou a chapa Lula-Alckmin.

Há um longo período, os advogados de Câmara salientam “incoerências” na versão de Cid. Conforme Kuntz, o coronel não realizou monitoramento de autoridades, não tinha ciência da finalidade das informações e jamais teve acesso à mencionada “minuta do golpe”.